No Brasil, o percentual de adolescentes entre 15 e 17 anos matriculados nas escolas atingiu 93,4% em 2024, superando os 91,9% registrados no ano anterior. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Educação. É justamente nesta faixa etária que os estudantes passam a concentrar-se mais no futuro de suas carreiras, intensificando os estudos para o vestibular.

O processo de preparo para o vestibular é repleto de desafios que, muitas vezes, surgem antes mesmo da data das provas. Tais desafios incluem a dificuldade de manter uma rotina equilibrada entre estudos, descanso, lazer e vida social; a alta carga emocional, que pode levar a casos de burnout, depressão e ansiedade — especialmente em alunos que estudam em tempo integral por conta própria; a competitividade e o nível de exigência dos cursos mais tradicionais, entre outros.

Diante desse cenário, o período pré-vestibular exige preparo, concentração e longas horas de estudo, desde que sejam equilibradas e sem excessos. Essa combinação, embora não represente necessariamente a fórmula mágica para o êxito, é uma das mais recomendadas e eficazes. Ainda assim, mesmo os estudantes mais aplicados nem sempre conseguem atingir os seus objetivos nas provas.

Isso ocorre porque, além do empenho individual, outros fatores também estão envolvidos, como o apoio familiar e o tipo de suporte e ensino que os alunos recebem. Nesse contexto, como professor, acredito que o cenário ideal seja aquele em que o mestre tenha condições e estruturas adequadas para oferecer soluções que estejam mais alinhadas com os projetos de vida dos alunos. É essencial promover uma rotina de trocas para que os jovens estejam sempre engajados por meio do encantamento, e não estudando "por obrigação".

Além disso, o professor tem o papel de fazer a correção de rotas a partir de testes simulados, identificando os principais erros (se são ou não recorrentes). Se necessário, deve preparar listas de exercícios, promover tutoriais ou monitorias para aprofundamento e o desenvolvimento de habilidades específicas de cada prova. Dessa forma, é mais provável que o aluno siga uma trilha personalizada para alcançar o resultado almejado.

Outro ponto relevante é que estamos na era da tecnologia. A modernização e os recursos atuais certamente facilitam a rotina de estudos, a busca por informações e o aprimoramento. No entanto, ao mesmo tempo que a tecnologia traz facilidades, ela também pode gerar problemas, sendo um deles a dificuldade no desenvolvimento de habilidades sociais devido ao distanciamento das outras pessoas.

Para lidar com esse desafio, é fundamental que escolas e professores criem projetos que ajudem os alunos a desenvolver habilidades como gestão de conflitos, perdão, resiliência e a capacidade de lidar com situações cotidianas, entre outras. O professor precisa ser um espelho para o aluno nesse sentido. Portanto, o diálogo e as trocas são cruciais para que haja empatia entre ambas as partes. Assim, o jovem é auxiliado a desenvolver profundidade nas relações, e não somente habilidades acadêmicas, afinal, o aspecto socioemocional é fundamental, seja para a carreira ou para o restante da vida.

Percebe-se que, tanto na rotina escolar quanto na responsabilidade pelo desenvolvimento social, o professor, que não é um robô, utiliza a humanização no ensino. Muito além do preparo para o vestibular, o docente tem um papel fundamental em uma parte da vida de uma pessoa que, no futuro, estará dirigindo, liderando outras, sendo pai ou mãe, e, principalmente, lidando com a responsabilidade de passar adiante a lição de empatia aprendida em sala de aula. Esse é, em última análise, o dever da escola para a construção do futuro.

Julio Caballa é professor e coordenador pedagógico do Ensino Médio no Colégio Anglo Morumbi

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